quinta-feira, 17 de maio de 2012

CAP 10 - The End of a Chapter....

Ficamos algumas semanas no spa, porque queria ter a certeza que Tsubaki recuparia bem dos hematomas que tinha pelo corpo, ponha-lhe pomada de manhã e á noite no corpo dela. Eu sabia que ela tinha uma certa vergonha em amostrar-me o seu corpo, por causa das nódoas negras.

  – Sabes que não precisas de ter vergonha comigo. – Passando-lhe a pomada pelas costas enquanto ela estava sentada á beira da cama.

  – Eu sei, mas.... – Envergonhada.

  – Eu amo-te mesmo com ou sem as nódoas negras, aquilo que sinto por ti nunca vai mudar.

  – Eu sei. – Agora com pequeno sorriso nos lábios.

  – Assim gosto mais. – Acabando a tarefa.

Tsubaki veste o robe ao levantar-se.

  – O que queres comer para o pequeno almoço?

  – O que quiseres é me indiferente.

  – Ok.

É claro que o nosso pequeno almoço foi apenas um snack e um sumo, mas é melhor que nada.

  – Quem me dera que o tempo parasse agora. – Diz Tsubaki acabando de comer. – Não me importava de viver o resto dos meus dias aqui no spa contigo, mas não podemos ficar. – Baixando a cabeça. – Verdade?

  – Não fiques assim, desde que estejas aqui comigo, para mim é suficiente. – Passando a mão pelo rosto dela. – Hoje partiremos á tarde.

  – Ok.

  – Prepara o que quiseres levar.

Nesse momento Tsubaki vai a correr para casa de banho com a mão na boca, já não era a primeira vez que isto acontecia. Será que o snack dela estava estragado? Passado um pouco ela regressa para junto de mim, perguntei-lhe se estava bem, ela disse que sim com a cabeça e começou a arranjar as coisas dela. Pelas janelas vedadas via alguns mortos a vaguear. Quando chegamos a Atlanta, começaremos uma nova etapa das nossas vidas.

  – Queres alguma ajuda, Daryl? Eu já terminei a minha parte.

  – Não é preciso.

  – Então o que queres que faça agora?

  – Por agora nada.

Tsubaki fez uma careta quando sentou-se á beira da cama, e eu ri-me.

  – Mas eu quero ajudar. – Diz ela um pouco chateada com os braços a envolverem os joelhos.

  – Vá não fiques chateadas, - Agachando-me até ela. – assim que chegar-mos a Atlanta, poderás fazer o que quiseres, combinado?

  – Ok, combinado. – Com leve sorriso nos lábios.

Agora foi a minha fez de começar a arrumar as minhas coisas, guardava os objetos que fossem útil para a viagem.

  – Daryl posso perguntar-te algo? – Com alguma hesitação.

  – Claro.

  – Gostavas de ter filhos?

  – O quê?!... – Surpreendido com a pergunta dela.

  – Desculpa, esquece a pergunta que te fiz. – Envergonhada.

  – Não é isso, é claro que gostava apenas nunca pensei no assunto, compreendes?

  – Oh!!! Ok.

  – Mas por que perguntas?

  – Oh!!! Por nada. – Com ligeiro sorriso, olhando para ventre.

Aquele olhar, aquele sorriso....

  – Tsubaki estás gravida? – Curioso.

  – Acho que sim. – Olhando para mim. – Naquela noite que envolvemo-nos acho que estava no meu período fértil e.....

O que está acontecer agora mesmo é verdade?

  – Queres sentir, eu sei que ainda não se nota nada mas... – Levantando-se.

Aproximei-me dela, passei a mão gentilmente no seu ventre, já se notava um pequeno volume, pôs-me de cócoras para poder encostar o meu ouvido ao ventre.

  – É o nosso filho Daryl.

A felicidade que preenchia-me era infinita, abracei-a dizendo-lhe que era o homem mais feliz do mundo, porque ter uma família era um dos meus objetivos que mais queria.

  – Oh Daryl – Rindo-se. – Pareces uma criança.

Nada disse, porque parecia que estava a sonhar, acordado. A hora do almoço aproximava-se.

  – É melhor ir ver o que há para comer, agora como por dois.

  – Ok, mas não te esforces demais.

  – Ok “paizinho”. – Num tom brincalhão.

Eu nunca foi pessoa de acreditar no karma ou no destino, mas agora começo acreditar que tais coisas existam. Desde do inicio do surto sempre pensei que não have-se maneira de voltar a ter uma vida normal, mas essa realidade já não está muito longe da verdade. O almoço passou-se naturalmente.

  – Sabes, és a primeira mulher que conhece o meu verdadeiro eu. – Pondo-lhe a mão por cima das suas. - Fazes-me feliz Tsubaki.

Os olhos dela encheram-se de felicidade. Antes de partirmos por procuração averiguei se a terreno está livre.

  – Anda vamos. – Saindo do spa.

Removi as folhas que ainda estavam em cima da mota e fizemo-nos á estrada, como da outra vez Tsubaki encostou a cabeça nas minhas costas. Os km que percorremos decorreram normalmente, sempre que passávamos por alguma casa abandonada, sentia sempre alguma tensão na minha cintura por causa da maneira como ela agarrava-me. Passávamos as noites dentro de carros abandonados, utilizávamos a mesma tática que eu e o meu irmão usamos da outra vez. Praticamente já tínhamos abandonado o estado de Kansas e agora entravamos no estado de Mississippi fomos até a Silver City aqui sem duvida alguma os mortos eram mais ativos, por isso íamos por atalhos ou então esperávamos que eles passassem.

  – Nunca tinha visto tantos mortos, em tão pouco tempo. – Disse Tsubaki receosa.

  – Não te preocupes eu protejo-te. – Determinado, agarrando a sua mão na minha cintura.

Por onde passávamos a paisagem mudava alternadamente para terreno de terra batida, casas rurais ou zonas industriais que existia na cidade.

  – Ouvis-te? – Pergunta Tsubaki.

  – O quê?

  – Outra vez o mesmo som.

  – Mas que som? – Intrigado.

  – Fecha os olhos e ouve com atenção.

Foi o que fiz, mas nada ouvia apenas o som do vento entre a velha fabrica de metais abandonada. Mas minutos depois oiço alguém a pedir ajuda.

  – Está alguém a pedir ajuda – Abrindo os olhos.

  – Não devíamos ir socorre-lo?

Não sei se era boa ideia, podia ser alguma armadilha.

  – Então o que fazemos? – A espera da minha resposta.

  – Talvez seja melhor ignora-lo.

  – Mas porquê?

  – Tenho receio que seja uma armadilha Tsubaki.

  – Pois.... mas mesmo assim devíamos ajuda-lo.

  – Mas Tsubaki!!! E se for um grupo como ao de Lois? – Chamando-a á razão. – Eu não conseguirei proteger-te se for um grupo grande.

  – Hum... – Pensando.

Suspirei porque não valia a pena contradizê-la. Ajudar os outros estava na personalidade dela.

  – Vá anda, – Desligando a mota. – mas não saias ao pé de mim, ok? – Pondo a arma de flechas automáticas ás costas.

  – Sim.

Entramos na fabrica, pelo chão estavam papeis espalhados por todo o lado, bem como armários caídos no chão, as salas de trabalho também estavam todas desarrumadas, avançávamos com máxima cautela. O pedido de ajuda que era cause inaudível lá fora, dentro da fabrica ouvia-se claramente, subimos as escadas de emergência até ao quinto andar, porque era aqui que ouvia-se com mais intensidade. O corredor do quinto andar era sombrio, porque a luz que o iluminava piscava infinitamente. Tsubaki agarrou-se ao meu braço porque estava com medo. Numa das janelas das salas de trabalho apareceu um morto de repente o que assustou Tsubaki.

  – Tem calma, ele não tem maneira de fazer nada contra nós. – Passando por ele naturalmente.

Andamos mais alguns metros pelo corredor até chegarmos a um gabinete aonde dizia “Dr. Halo” era claramente daqui que provinha o pedido. Abri a porta devagar, no chão havia um rasto de sangue, com meu olhar percorri o trio de sangue, até encontrar um homem sentado no chão coberto de sangue.

  – Mas aquele tipo não é o...... – Surpreendido.

  – THEO!!! – Tsubaki espantada.

Aproximamo-nos dele, estava gravemente ferido no abdómen.

  – O que aconteceu Theo? – Pergunta ela, vendo a ferida.

  – Tem... de .... sair .... daqui .... o ... mais.... rápido... – Advertido-nos.

  – Nem penses, não vamos deixar-te aqui. – Ajudando-o a levantar.

  – PÁRA!!!! – Detendo-a. – Ele... deve... estar .... a .... chegar .... vão-se..... embora.....

No corredor alguém aproximava-se.

  – Lois.... ele…. enlouqueceu.... de ..... vez.... – Ofegante.

A porta abriu-se e de lá entra Lois com olhar e sorriso malicioso já recuperado do ferimento que fizera-lhe á semanas atrás. Vinha acompanhado por mais dois rapazes.

  – Mas que agradável reencontro. - Rindo-se. – Ainda bem que puderam vir.

Eu pôs-me na defensiva, enquanto Tsubaki escondeu-se atrás de mim.

 – Foste tu quem fez isto? – Serio.

  – Sim. – Com a maior naturalidade do mundo.

  – Mas porque? Ele era teu amigo? – Pergunta Tsubaki chocada com a resposta dele.

  – Amigo?! Não digas parvoíces....eu apenas queria atrai-vos até aqui – Rindo-se. – Ele apenas foi uma ferramenta, ele nunca foi tão útil como agora. Ele sempre dizia que queria ser útil e aqui está!!!! Desejo realizado. – Olhando com frieza.

  – Monstro!!!! – Diz ela.

Como é possível que alguém seja tão frio.

  – Tu nunca irias compreender, no mundo real nunca pode ser eu mesmo tinha que usar sempre mascaras, como ser um filho perfeito e exemplar. Nunca tive liberdade, nunca podia ser autónomo em nada porque não deixavam-me. – Olhando para seu punho fechado. – Mas graças ao surto, agora posso fazer o quiser e o que apetecer-me sem que ninguém me chateei com comentário idiotas. – Dando uma gargalhada.

  – Enlouqueces-te de vez. – Disse.

  – Que importa agora sou livre.

Tínhamos de sair dali, o quanto antes. Demos um passo em frente.

  – A onde pensam que vão? – Apontando-nos uma arma. – A festa só ainda agora começou.
Tsubaki esconde-se ainda mais atrás de mim.

  – Tu agarra nela. – Diz a um rapaz. – E tu amarra-o com isto. – Passando uma corda ao outro rapaz.

É claro que dei luta, quando aproximaram-se de nós porque separaram-nos, mas Lois e o rapaz que estava ao pé de Tsubaki apontaram-lhe as armas á cabeça dela.

  – Eu não estou a brincar. – Ameaçando-me. – Vai para ali e põe-te de joelhos.

Foi o que fiz, ele amarrou-me bem os braços e retirou-me a arma de flechas, atrás da nuca sentia a aponta da arma de fogo. Á minha frente Tsubaki também estava a ser vigiada pelo rapaz ao seu lado.

  – Deixa-a ir é a mim que queres. – Disse.

  – Não sejas tão convencido. – Aproximando-se de mim. – Não és tu quem eu quero, mas sim ela.

  – O quê? – Não percebendo.

  – Sim, ela não deve lembrar-se de mim, mas nós já conhecemo-nos antes. – Olhando para ela.

Tsubaki olha-o espantada.

  – Lembras-te desta foto? – Caminhando em sua direção, tirando a foto do bolso.

  – Está foto!!!! – Observando atentamente. – Foi tirada na secundária.

  – Sim nesse ano ficamos na mesma turma. – Com os olhos semicerrados, sem qualquer malícia alguma. – Foste a primeira pessoa quem falou comigo e de quem fiquei amigo.

  – Amigo?! – Diz ela surpreendida. – Lois amigo que é amigo não faz estas coisas. – Irritada.

  – Mas tu não precisavas deles apenas de mim e só de mim.

  – Tu não estás bem!!! O poder de liberdade subiu á cabeça.

  – Talvez mas, foi por isso que não matei-te.

  – O quê?

  – Quando reencontrei-te daquela vez vi a oportunidade de recuperar outra vez a nossa amizade. – Passando a mão pelo rosto dela.

  – Já esqueces-te o que fizeste-me?! – Enxotando a mão dele.

  – Eu sei que descontrolei-me, mas quero remendar-me, prometo em não fazê-lo outra vez. Porque ficaremos juntos para sempre.

Aquela conversa da treta começava a deixava-me muito irritado.

  – Eu não quero, estar junto a ti. – Gritando-lhe.

Nesse instante Lois dá-lhe uma chapada com violência.

  – TSUBAKI!!!

Lois olha-me com raiva e vem ter comigo.

  – É por causa deste tipo, que não me queres, VERDADE!!!!? – Apontando-me a arma á testa.

  – Por favor Lois pára!!!! – Apavorada.

  – Assim seria fácil de mais. – Tirando a arma da minha testa e apontando-a a uma das minhas pernas. Sem hesitar dispara contra ela, a dor era agonizante, por isso tombei para frente dando um gemido.

  – DARYL!!!! – Preocupada.

  – Põe-no direito. – Dando ordem ao rapaz.

Sentia o sangue a jorrar da minha perna, bem como via uma enorme mancha á volta dela.

  – Sacana.... – Aguentando a dor.

  – Por favor Lois... – Com as lágrimas a saírem dos olhos.

  – A culpa é tua!!!! – Irritado com os olhos bem abertos para ela.

  – Afinal o que queres?

  – Quero ficar contigo.

  – Se ficar, deixas o ir embora?

  – Sim, claro ele nunca me interessou. - Agora no seu estado normal.

Na fabrica ouvia-se o som do vento entre cada compartimento.

  – Eu...

  – Não o faças, Tsubaki!!!!! – Interrompendo-a, continuando a resistir á dor.
 
  – Cala-te cabrão – Apontando-me a arma ao ombro.

Nesse instante dispara sobre ele e mais uma vez gritei cheio de dores.

  – Pára, eu fico contigo. – Aproximando-se dele.

  – A serio? – Baixando a arma.

  – Sim. – Abraçando-o.

  – Solta-o. – Ordenando ao rapaz.

Arrastei-me até á parede mais próxima, sentia o sangue a verter do meu ombro, por isso rasguei parte da camisola que tinha com a ajuda da navalha, envolvi parte do tecido na perna e no ombro. Tsubaki olhava-me com preocupada.

  – Finalmente – Abraçando-a. – vamos ficar juntos.

  – Sim.

  – Mas.... – Voltando-se para mim. -....eu não posso deixar pontas soltas.

  – Mas tu prometes-te. – Agarrando-lhe o braço.

Lois solta-se dela num movimento brusco, fazendo-a cair para o chão. O olhar dele mostrava determinação no que ia fazer. Seria o meu fim? Tsubaki apenas tapou os olhos com as mãos. A arma de Lois já estava na minha testa, engoli em seco.

  – Faz as tuas ultimas orações. – Prestes a pressionar o gatilho.

Fechei os meus olhos á espera que acaba-se rapidamente. O que se ouvi-se simplesmente naquele escritório foram apenas dois disparos, abri lentamente os olhos, os dois rapazes que acompanhavam Lois estavam estendidos no chão com buraco na testa. Mas quem? Olhei atentamente á minha volta, tinha sido Theo quem efetuou os disparos. No rosto de Lois a ira era visível, aproximou-se dele a todo o vapor e disparou várias vezes sobre ele sem dar hipótese a Theo. Após terminar bufava sobre o corpo inanimado dele, sem importar que Tsubaki aproxima-se de mim.

  – Fica com isto. – Amostrando-me uma arma de fogo, em tom baixo. – Vá, eu ajudo-te a levantar.

Enquanto Lois olhava agora fixamente para o vazio através da janela do escritório, Tsubaki ajudo-me a sentar numa cadeira que lá havia e tratou um pouco das feridas.

  – Se não posso ter-te, então ninguém pode. – Voltando-se para nós com rosto tudo ensanguentado, apontando-nos a arma. Afastei Tsubaki da mira dele e num rápido movimento disparo contra ele acertando-lhe no peito. Lois cai de joelhos olhando para o peito.

  – Impossível, mas como!? - Olhando para nós, caído estendido no chão.

  – Por fim acabou. – Disse abaixando a arma.

  – Daryl. – Abraçando-me.

  – Vamos sair daqui.

  – Sim.

Antes de prosseguir-mos ela mudou-me o curativo da perna e ombro com tecido da saia dela e pôs ás costas a arma de flechas automáticas. Caminhamos ao longo do corredor mas por pouco tempo, porque ouvimos um intenso ruído que aproximava-se de nós.
 
  – Merda!!! – Disse.

  – São os mortos. – Apavorada.

  – Entra já nessa sala!!!!

A sala mais parecia uma sala de comandos por causa dos computadores que tinha e um rádio. Tsubaki selou a porta de entrada com vários objetos que conseguia mover, escondemo-nos a um canto, pela primeira vez na vida rezei a deus para que saíssemos vivos deste imprevisto. Tsubaki encostou a cabeça no meu ombro bom.

  – Não te preocupes nós vamos sair desta.

  – Eu sei que sim...

Ouvimos eles a chegar ao corredor, Tsubaki fechou os olhos para não vê-los. O tempo de irem-se embora tinha convertido-se em eternidade. Também fechei os meus olhos, a única que vi naquele momento, foi a imagem de mim, da Tsubaki, do nosso pequeno e do meu irmão numa pradaria a onde a vegetação alta dançava ao sabor do vento, longe deste surto mortal. Foi um disparo vindo de lá fora que despertou-me do pensamento, talvez algum grupo de sobreviventes estive-se de passagem, mas graças a isso os mortos dissiparam-se.

  – Já foram? – Pergunta ela.

  – Sim. – Um pouco ofegante.

Tsubaki espreitou sorrateiramente pela janela, é claro o que vi-o no corredor surpreendeu-a.

  – Meu deus!!!

  – Ajuda-me a levantar, por favor.

  – Claro.

  – Temos de sair daqui. – Voltando-me para saída.

  – Mas Daryl, não estás em condições de conduzir.

Tsubaki tinha razão no que dizia.

  – Talvez pelo rádio alguém venha ajudar-nos, que achas? – Retirando a arma de flechas automáticas das costa, poisando-a sobre a mesa.

  – Não sei, mas... – Sentando-me numa das cadeiras ficando de costas para saida.

Nesse instante o rádio começa a emitir.

  – Se alguém estiver ouvir, responda. – Uma voz masculina.

  – Sim, estou ouvir e preciso de ajuda.

  – Ok, tem calma. Eu sou o Shane, diz-nos a tua localização.

  – Ok. Hum.... – Um pouco hesitante.

  – Não te preocupes, o meu grupo apenas quer salvar sobreviventes.

  – Ok.

  – Podes confiar em nós. – Agora uma voz feminina.

  – Nós encontramo-nos na parte industrial de Silver City, na fabrica de metais, no quinto piso na sala de comandos.

  – Ok, vamos a caminho. – Terminando a emissão.

  – Nós conseguimos Daryl. – Diz Tsubaki felicíssima. – Estamos a poucos passos de voltarmos a ter uma vida normal.

Não podia estar mais feliz com nosso desfecho. Agarrei na mão dela beijando-lhe as costas. O que interrompeu o nosso momento foi a expressão de terror de Tsubaki quando olhou pelas janelas da sala.

  – MORRAM!!!! – Em voz alta.

Está voz...impossível!!!! Como é que ele ainda esteja vivo. Nesse momento ouço vários disparos da arma dele e os vidros da janelas a quebrarem-se.

  – Cuidado Daryl!!!!

Em segundos ela põe-se na minha frente interceptando as balas com corpo dela acertando-lhe no peito. No meu rosto senti vários salpicos, não podia acreditar na cor deles. Sangue não pode ser... Ela cai no sobre o meu colo.

  – Tsubaki?! – Chamei-a.

  – Dar...yl....

  – AH!!!! AH!!!! – Rido-se Lois em voz alta.

Rangi furioso para ele, peguei na arma de fechas que estava sobre a mesa e em segundos uma das flechas aterra-lhe no peito dele no mesmo sitio a onde tinha sido baleado. Nada fez contra mim, apenas tombou para trás inanimado.

  – Tsubaki? – Poisando a arma outra vez sobre a mesa.

Ela abre ligeiramente os seus olhos.

  – Eu....

  – Não fales, não gastes energias. - Acariciando-lhe o rosto.

O tecido que tinha na perna tentei tira-lo á força toda para pôr nas feridas dela, para fazer pressão sobre elas.

  – Daryl. – Agarrando-me a mão impedido-me de continuar. – Podes fazer-me uma promessa?

  – Todas as que quiseres.

  – Prometes-te que tentaras ser feliz mesmo que não já esteja ao teu lado e que manterás a cabeça erguida, e que seguiras o que o teu coração se encontrares alguém especial. – Começando a ficar ofegante.

  – O que estás a dizer? Nós vamos sair desta e depois tudo voltara ao normal. – Serio para ela.

  – Apenas promete-me que cumprirás?

  – Sim prometo. – Pegando-lhe na mão.

  – Obrigada por tudo. – Com ligeiro sorriso.

Beijei-lhe a testa, com lágrimas começaram a cair-me dos olhos, aquilo que havíamos construirmos juntos, desmoronou-se tudo num segundo.

  – Amo-te. – Passando levemente os meus lábios nos dela.

  – E eu a ti.... – Já com a voz a falhar.

Através dos seus olhos conseguia ver a alma dela a desvanecer-se por cada minuto que passava.
 
  – Vai correr todo bem. – Beijando-lhe outra vez a testa.

Ela eleva a sua mão até ao meu rosto, limpando ligeiramente os meus olhos, antes de fechar os seus olhos por completo dá-me o ultimo sorriso dela naquele momento.

  – Tsubaki?! NÃO! Resiste!!!

Nesse momento a mão dela cai morta no chão.

  – Tsubaki?!?! – Abanado-a ligeiramente uma e duas vezes, neste momento que apercebi-me que ela já não iria abrir mais os olhos. – TSUBAKI!!!!!! – Aconchegando-a a mim em lágrimas.

Não sei ao certo quanto tempo passou desde da morte dela, o silencio era o único que me fazia-me companhia. O tempo de espera pelo grupo que nos contactou parecia uma eternidade. Começava a dar sinais de cansaço por causa de ter perdido sangue, mas também já não reagia a nada, somente olhava para chão sem destino porque ainda não acreditava, que a mulher de eu amava verdadeiramente tinha abandonado este mundo.

Os meus olhos também começavam a pesar-me, por um lado queria desistir de tudo mas por outro a promessa que tinha lhe feito é o que mantinha-me acordado. Cá fora algum tempo depois oiço passos rápidos de alguém, deduzi logo que fossem humanos. Pelas janelas partidas vi quatro pessoas.

  – Meu deus.... mas o que aconteceu aqui? – Uma voz feminina. – Este aqui não se safou.

  – Há mais dois dentro da sala. – Uma voz masculina.

A minha visão começou a ficar desfocada ás vezes fechava os meus olhos durante alguns segundos, por isso não acompanhava o que faziam.

  – Então? – Diz o homem.

  – A mulher não consegui safar-se. Mas este aqui ainda está vivo apesar de ter pulso fraco.
Senti a removerem o corpo de Tsubaki do meu colo.

  – Tsubaki... – Em murmuro já sem reação.

  – Não te preocupes vamos tira-te daqui.

Antes de desmaiar pedi-lhes se podiam também levarem o corpo de Tsubaki com eles, lembro-me que nada disseram. A única pergunta que rondava a minha mente naquele momento era com este fim inesperado, seria possível eu recomeçar tudo outra vez de novo?

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