sexta-feira, 6 de abril de 2012

CAP 03 - The Edge

Acordei, com nascer do sol, Tsubaki ainda dormia.

  - Ei, acorda temos de ir. – Abando-a.

Abriu os olhos lentamente.

  - Hum... – Ensonada.

  - Despachante. – Levantando-me.

  - Ok, ok.... – Espreguiçando-se ainda dentro da cama.

  - Levanta-te de uma vez, Merle deve estar á nossa espera. – Abrindo a tenda. – Toma, come isto. – Dando-lhe um snack.

  - Agradeço. – Agarrando.

Cá fora a brisa da manhã era agradável.

  - Então meu rapaz, ontem pensava que ia ouvir alguns gritos. – Rindo-se para mim. – Se tivesse sido eu.... – Com olhar pervertido. - ela teria gritado até ficar sem voz.

Ele nunca vai mudar, vê-se logo que sai ao nosso pai, vê as mulher apenas como um instrumento de prazer.

  - Então ficaste irritado? – Surpreendido com meu olhar.

Não respondi-lhe, ignorei-o por completo. Tsubaki sai da tenda e eu fui desmonta-la, ela ofereceu-se para ajudar-me. Fazia-mos uma boa dupla, porque pensava-mos como um só, quer dizer não era preciso estar a dizer o que fazer a seguir porque ela autonomamente fazia.

  - Mais este e já esta. – Arrumando a manta na minha mochila.

  - Bem minhas “senhoras”, já podemos começar a caminhada ou não? – Diz Merle já farto de esperar.

O bosque começava-se a dissipar-se á medida que avançamos, a vegetação começava ficar rasteira.

  - Alto. – Diz Merle num tom baixo. – Parece que temos visitas.

Dois mortos vagueavam pela zona a onde havia pequenas casas espalhadas ao longo da paisagem.

  - Esconde-te ali atrás daqueles arbustos. – Disse a Tsubaki.

Eu e Merle aproximamo-nos dos mortos pelo lado esquerdo e direito, foi um desafio muito fácil, nem suamos uma gota.

De repente Tsubaki grita, corri até junto dela enquanto Merle desapareceu pelo outro lado.

  - Daryl está ali um morto. – Escondendo-se atrás de mim um pouco apavorada.

O morto caminhou até nós de uma forma trapalhona, fiz apontaria ao crânio dele com a minha arma de flechas automáticas, mata-lo foi algo muito fácil.

  - Um a menos. – Retirando a flecha do meio da testa dele.

Senti as mãos de Tsubaki a tremerem no meu braço. O olhar dela mostrava receio.

Vi Merle a regressar para junto de nós.

  - Aparece que aqueles eram os únicos residentes por estas bandas, mas temo que haja mais por aqui. – Guardando a navalha ensanguentada no bolso.

Em breves segundos houvesse dois disparos.

  - Devem ser eles. – Diz Tsubaki.

  - Que idiotas, isto vai atrai-los. – Merle irritado.

Não tardou muito os mortos inativos acordarem.

  - Não vamos conseguir derruba-los a todos. – Disse.

  - Há uma velha casa ali. – Diz Tsubaki . – Talvez podemos esconder lá.

Foi o que fizemos, mas para nossa surpresa a casa estava infestada por seis deles. Empurrei Tsubaki com alguma brusquidão, porque um deles saltou para cima de mim. Retirei rapidamente a minha navalha e espetei-a no seu crânio, Tsubaki agarrou num pedaço de madeira de maneira afastar os mortos de si. Quando ia ajuda-la um morto intercepta-me impedindo-me de o fazer.

 - TSUBAKI!!!! – Gritei.

Ela batia-lhes para afasta-los mas eles não cediam.

  - Aqui seus idiotas. – Diz Merle desafiando-os.

Do chão agarrou num arpão de madeira e lançou-o, fazendo uma espetada de crânios dos quatro mortos, e num movimento rápido lança a navalha ao crânio do morto que estava em cima de mim.

  - Muito fácil. – Aproximando-se dele para retirar a navalha.

  - Obrigada Merle. – Diz Tsubaki felicíssima.

  - Não podia arriscar a tua morte, quem iria pagar a divida? – Olhando para ela.

Como é um intriguista.

  - Estás bem Daryl? – Diz Tsubaki.

  - Sim. – Levantando-me.

Merle antes de entrar na casa observou as janelas da casa atentamente, reparou que algo não estava certo. De repente uma das janelas quebra-se, de lá sai um morto em queda livre, os fragmentos de vidros também acompanhavam-no na queda. Tsubaki encontrava-se na trajetória dos fragmentos, a única coisa que fiz foi puxa-la para junto de mim afastando-a.

  - Estás bem? – Olhando-a.

Acenou com a cabeça afirmamente, Merle tratou do morto sem grandes dificuldades. A casa não era muito grande, mas dava para escondermos, porque com o imprevisto dos disparo os mortos já começavam estar muito próximos de nós. Fomos para o ultimo andar da casa, lá tinha um quarto que nos dava uma boa visão do grupo.

  - Já viste o que fizeram os teus amiguinhos. – Merle irritado. – Mas uma coisa te garanto que serás a primeira a ser comida por eles, se ficarmos encurralados. – Num tom serio. – Vou ver os outros compartimentos da casa. – Saindo.

Tsubaki cai de joelhos, apavorada com as palavras de Merle.

  - Eu não queria que isto acontece-se. – Chorando em miudinho.- Desculpa-me.

Ela fez-me lembrar a minha mãe de quando o meu pai, a tratava a baixo de cão. Acho que os homens, não tem esse direito. Aproximei-me dela.

  - Tem calma. – Pondo a mão no ombro dela abaixando-me.

Tsubaki encosta rosto húmido dela ao meu peito.

  - Não ligues muito ao que ele diz.

  - Mas o teu irmão tem razão, se estamos aqui é por minha causa, se não tivesses salvado-me, agora tu e teu irmão não--

  - E depois, o que tem? És também uma sobrevivente como nós não?

  - Sim tens razão. – Agora um pouco melhor limpando seus olhos.

Levantei-me para ver o grupo de mortos, não eram muito grande, mas tínhamos de estar atentos. Observei Tsubaki estava a mexer no seu cabelo liso de cor negra, a olhar para o chão. Tinha de pensar numa maneira para sairmos daqui para salvar Tsubaki, porque Merle é homem de cumprir o que diz. Por vezes tento parecer um pouco com ele, mas não consigo de todo talvez por ter herdado a personalidade da minha mãe.

 - É verdade como está o teu braço? – Levantando-se.

  - Acho que está bom – Olhando para ele.

Tsubaki examinou meu braço cuidadosamente.

  - Está a sarar bem. – Contente com resultado.

Esta olha lá para fora e surpreende-se pela negativa por causa do grupo de mortos. Começou a caminhar para trás apavorada talvez ainda pelas palavras de Merle. O que não contava é que tropeça-se numa das tiras de madeira que estavam fora do sitio. Ela tombou para trás, agarrei-a impedido ela de cair, mais uma vez aquele sentimento estanho voltou.

  - Obrigada, Daryl. – De cabeça baixa. – para a próxima vou ter mais cuidado.

Peguei em poucos cabelos seus, como eram suaves, cheirei-os tinham um leve aroma agradável.

  - Os teus cabelos tem um aroma bom.

  - Isso é impossível, porque á dois que não lavo a cabeça. – Um pouco envergonhada, retirando-me o cabelo da minha mão, voltado-se costas para mim afastando-se.

Mas que aroma era este?

  - Daryl olha estive a pensar e ... – Hesitante ainda de costas para mim. – acho que vou seguir o que Merle disse-me, não quero que vocês fiquem aqui preso por causa de mim. – Olhando para mim. – Acabemos com isto. – Determinada.

Não acreditava nas suas palavras, ia desistir agora que estava tão perto, não conseguia compreender de todo a atitude dela.

  - O que dizes? – Parvo a olhar para ela. – Vais desistir agora que estás tão perto? – Aproximando-me dela.

  - Não quer dizer sim.... Não sei, mas... – Recuando até encontra a parede.

  - Mas o quê? – Encurralando-a entre os meus braços, um pouco irritado.

  - Não quero que morram por minha culpa, - Olhando para o chão, com as lágrimas quase a saírem-lhe dos olhos. – Na farmácia aconteceu o mesmo, os meus amigos morreram para proteger-me e eu nada fiz. – Tapando o rosto com as suas mãos.

Retirei meus braços de volta dela, a única coisa que fiz foi apoiar a minha mão na nuca dela arrastando-a até junto ao meu peito. Odeio ver as mulheres a chorarem.

  - Não fiques assim. – Olhando outra vez pela janela a observar os mortos que vagueavam. – Vou pensar numa maneira de sairmos daqui.

  - Eu apenas queria ser mais forte. – Apoiando as suas no meu peito.

  - Cof, cof, pode-se? – Diz Merle á porta.

Afastamo-nos um do outro, Merle entra rindo-se.

  - Meus caros parece que a sorte está connosco. Lá em baixo temos uma saída secundaria nas traseiras da casa, também avistei uma vedação metálica.

  - É ai é nesse sitio a onde eles estão.

  - Os mortos que vagueiam a casa não somos muitos afinal, mas temos de ser rápidos, ouviram!! – Serio para nós. – Vamos?

Seguimos Merle até as traseiras da porta da casa observamos os mortos.

  - Estão prontos?

  - Sim, vamos a isto.

Saímos disparados pela porta, o tempo que os mortos reagiam dava-nos uma grande vantagem sobre eles.

  - Estamos quase lá. – Diz Tsubaki agora indicando-nos o caminho.

A porta de entrada não demorou em aparecer há volta dela havia pequenos arpões como proteção.

  - Bolas, fecharam a entrada.- Chateada – A única maneira é trepar a vedação.

Merle foi o primeiro a fazê-lo, obviamente. Depois foi Tsubaki com alguma dificuldade e depois eu.

  - Vá anda. – Estendendo-me a mão após ter chegado ao topo.

  - Ok. – Dando-lhe a mão.

O que não esperava é que um morto agarrasse-me numa das perna, fazendo-me deslizar para baixo, levando Tsubaki a descer também um pouco.

  - DARYL!!!!

  - Sai daqui. – Soltando-me de sua mão.

  - Desta vez não. – Determinada.

Começou a atirar-lhe com os sapatos que trazia calçados, atrasando-o ligeiramente de maneira a conseguir chegar ao topo. O único imprevisto que ocorreu foi que ele abanou a vedação com alguma violência, desequilibrado Tsubaki. O que fiz por instinto foi agarra-la logo pelo braço impedido-a de cair, o único senão disto tudo foi os pequenos arpões enterrados na minha cintura.

  - DARYL!!!! – Preocupada.

  - Eu estou bem. – Ignorando a dor.
 
Nesse momento Merle entra em acção, como é MESMO um intriguista de primeiro nível. Tentei puxa-la para cima, mas dores agoniastes não deixavam-me, senti a roupa a ficar ensopada com meu sangue.

  - Solta-me Daryl. – Pedindo.

  - Nem pensar, agora que chegas-te, não vou deixar-te ir. – Determinado.

Mais uma vez puxei-a para cima com todas as minhas forças o que resultou, caímos os dois para o lado da segurança, eu de costa e Tsubaki em cima de mim.

  - Daryl!!!! – Acariciando-me o rosto. – Meu deus, aguenta ai. – Olhando para minha ferida.

Agora é que as dores tornaram-se ainda mais agoniastes. Ouvi o rasgar de um tecido.

  - Isto vai doer um pouco mas vai ajudar a estancar um pouco o sangue.

Gemi cheio de dores, comecei ouvir passos de alguém, bem como uma língua estrangeira ao meu redor, Merle também olhava-me.

  - Não te preocupes, vais ficar bem. – Diz uma voz masculina, desconhecida.

  - Eu estou ao teu lado. – Diz Tsubaki agarrando-me a mão.

Foi a ultima coisa que ouvi antes de desmaiar por completo. Será que é desta vez que vou desta para melhor?

...................................................................................................

Seguidores: